Excesso é um trabalho artístico com três cenas que dialogam com o consumo excessivo, o desperdício e o acúmulo de lixo em nossas sociedades.
Excesso é a palavra que descreve o cotidiano na era digital. Com a publicidade aliada a psicologia, anúncios subliminares e influencers garantem a tentação de consumir. As mensagens espalham silenciosamente no ritmo ditado por algoritmos, enredando seres complexos categorizados por preferências, escolhas e singularidades.
Na ânsia de suprir necessidades fabricadas, os desejos são embalados em plástico, alumínio e papelão. Entre os pecados capitais do consumo, a gula é um dos maiores vilões pelo impacto ambiental causado pelo cultivo intensivo dependente de irrigação, adubos, químicos e combustíveis fósseis.
Comida industrializada e in natura embaladas, empacotadas, plastificadas são compradas e consumidas no automático. Alimentos em formatos, tamanhos e cores atípicos, próximos ou fora da data de validade, esquecidos nas prateleiras ou simples restos jogados no lixo somados impressionam: estima-se que um terço dos alimentos produzidos no mundo é jogado fora.
Hoje, a meta é reduzir pela metade as pequenas perdas ao longo das cadeias que levam ao consumidor final. Para isso, ciência e tecnologia, infraestrutura, políticas públicas e consumo consciente são urgentes.
Excesso é um trabalho artístico composto por 12 imagens unidas em três cenas para o diálogo sobre o consumo excessivo, o desperdício e o acúmulo de lixo em nossas sociedades, que contribuem para as mudanças climáticas e a fragilização de ecossistemas naturais.
O reaproveitamento de alimentos e a reciclagem de embalagens, principalmente as plásticas, são alternativas que ainda estão bem longe do ideal. O resultado é uma sociedade soterrada e ilhada pela cegueira do consumo irrefreável e irresponsável.
Conteúdo publicado na revista eletrônica ClimaCom – Florestas (ISSN 2359-4705), ano 7, número 17, maio, 2020.